Diante de “debates” repetitivos e cansativos que ocorrem todos os anos, principalmente em época de novos ingressantes, me deparo com algo muito maior do que apenas o conflito de opiniões: a Intolerância. Para iniciar, cito Voltaire: “A primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos erros e fraquezas”. Porém, continuo meus pensamentos dizendo que nem todos acreditam na validade de tal conceito e, apesar de teorias como essa, o mundo continua intolerante como fora durante toda a história, utilizando como artifício a força bruta para validar os pontos de vista que ele considera os mais corretos.
Todos sabemos que qualquer situação possui mais de um ponto de vista, e que estes nem sempre são compatíveis uns com os outros, o que não deixa de ser natural e comum na sociedade em que vivemos. O problema começa a surgir quando as pessoas que possuem um ponto de vista passam a não respeitar os que discordam do mesmo.
Através de situações como estas, percebemos que o homem passou a crer que existe um único olhar para as diversas situações que a vida nos apresenta. Graças a isso, manchetes de intolerância religiosa, sexual, ou étnica, ganham cada vez mais espaço na mídia atual. Sendo que por meio de atitudes – físicas ou verbais – violentas, os intolerantes tentam inibir, de todas as maneiras, a manifestação daquilo que não condiz com o que acreditam.
Entretanto, não considerar um determinado ato ou ponto de vista o mais correto, é aprovável, desde que, do mesmo modo que possuímos nossa liberdade, não infrinjamos a liberdade alheia. A intolerância tornou-se sinônimo de ignorância, pois demonstra a falta de capacidade de viver em uma sociedade variada, sendo que é essa variedade que deixa nossa sociedade mais viva e mais interessante.
Não digo que temos que aceitar e concordar com todas as atitudes que não condizem com a nossa índole. Digo apenas que devemos antes de tudo respeitar a liberdade de expressão e de escolha que todo homem possui, expressando a nossa própria opinião, mas nunca querendo que o outro pense do mesmo modo que você.
Concluo minhas ideias dizendo que o filósofo francês citado anteriormente estava certo: “Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la”.
Patrícia Santo André (ABC) – Ciências dos Alimentos